Resumo: Este artigo pretende abordar, a partir do relato de Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz, e das reflexões empreendidas por Hannah Arendt e Giorgio Agamben, o quanto, em um campo de extermínio, podem-se degradar tanto a vida quanto a morte de um ser humano submetido a privações e sofrimento. Tal degradação, que se inicia fora do campo e se completa nele, ocorre em um plano em que todas as ações e etapas obedecem a uma lógica funcional, a uma organização meticulosa e cuidadosamente programada, no sentido de desprover a vida humana a ela submetida de qualquer traço de espontaneidade e dignidade. “Muçulmanos”, assim eram denominados todos aqueles considerados “fracos”, “ineptos”, verdadeiros cadáveres ambulantes.Palavras-Chave: Muçulma...